2.2.08

aos reencontros

29 anos é uma idade estranha.

[a própria idade é uma coisa estranha. embora não signifique quase nada na vida diária, há momentos em que a sentimos na cabeça, no corpo e nos olhos das outras pessoas.]

29...
que número sem sentimento.

os 28 eram redondos e enfadonhos e logo à partida traziam esta minha atenção sobre o número, que não me deu espaço para pensar no que poderiam significar como idade da vida.
os 27 eram ímpar. agradava-me. tinham um significado de mudança. foi a primeira vez que pensei - mesmo que não tivesse sentido - que "agora estás mesmo mais perto dos 30". a primeira vez que me fizeram este comentário. que ouvi falar dos 30 como uma realidade a viver a curto prazo. que falei sobre o que isso é. as várias perpectivas de quem já viveu, de quem está para viver, de quem nem quer saber.
daí para trás há grandes números com significado cultural, com significado pessoal, com significado na vida...

[25. foi a minha idade preferida. idade de grandes felicidades.]

agora os 29...
intrigaram-me desde o princípio. o facto de ser ímpar agradava-me mais uma vez. mas... havia qualquer coisa de espera. de suspenso. de respiração concentrada. de procura tímida de um sentido. já não se está muito afastado dos 30, mas ainda não se chegou lá.

(...)

29. a idade dos reencontros.
era este o sentido que andava escondido para os meus 29 anos.

têm vindo pessoas, lá do fundinho do tempo, trazer-me à memória momentos esquecidos, tirar do fundo das gavetas aqueles pedacinhos de mim que guardei com muito carinho, mostrar-me como estou crescida, como mudei e não mudei.

antes dos 30, reencontrar-me no reencontro com os outros. recolocar-me na vida.
parar. respirar. olhar. pensar. continuar.

2 comentários:

guictx disse...

Muito bom! Acho que podes pefeitamente abrir as portas à populaça.

cristina disse...

obrigada! a populaça espera mais um bocadinho...